sexta-feira, 9 de novembro de 2012


CARDANO

Matemático italiano nascido em Paia, em  24 setembro de 1501 e faleceu em Roma em 21 de setembro de 1576.
       Cardano, filho ilegítimo de um matemático, nasceu praticamente morto e teve uma infância doentia e muito infeliz. Essa condição de bastardo amargurou também a vida de adulto porque, após ter atingido a graduação médica, foi-lhe negada a entrada no Colégio Médico até haver ganho esse direito por uma clara demonstração de perícia nesse campo.
        Foi o primeiro a descrever clinicamente a doença que hoje se conhece como febre tifóide. Em 1552, curou um cardeal escocês de asma, proibindo-lhe o uso de penas em sua cama, O fato mostrou claramente uma com­preensão intuitiva do fenômeno alérgico. Era também astrólogo convicto do valor desta ciência, e não ligava muito ao número de fracassos das predições. Tentou (assim dizem) estabelecer o horóscopo de Cristo, o que lhe valeu um certo tempo de prisão.
       Era um consumado velhaco e tratante, um trapaceiro, um impostor dado a crises de raiva assassina, um Insuportável presunçoso e, apesar de tudo, um matemático de primeira classe. Foi o primeiro, por exemplo, a reconhecer ã valor dos números negativos e imaginários. Seu espírito de trapaceiro manifesta-se também em um livro sobre a matemática da probabilidade — prelúdio ao estudo completo do assunto efetuado por Pascal e Pierre de Permat.
       Obteve de Tartaglia o método destinado a solucionar equações de terceiro grau, em 1539, e o publicou seis anos depois, apesar de haver jurado solenemente guardar o segredo, atitude que manchou para sempre sua memória. Não obstante, atribuiu o método a Tartaglia. embora o processo continuasse a ser conhecido como a “regra de Cardano”.
       A importância do acontecimento reside em que despertou a controvérsia da ética do segredo científico. Decidiu-se finalmente que o segredo representava grande dano para a ciência e que o crédito de qualquer descoberta de­via ser atribui o não ao descobridor, mas a quem primeiro a publicasse. Essa decisão é agora universalmente aceita, mas chegou a gerar algumas injustiças, como no caso de Scheele e de John Couch Adams. No geral, porém. Cardano serviu muito à causa da ciência.
      Os últimos anos da vida de Cardano foram trágicos. Seu filho favorito desposou uma mulher imprestável, que o traiu repetidas vezes. O filho reagiu e assassinou a esposa; apesar dos esforços de Cardano em sua defesa, o moço foi executado em 1560. Cardano teve o coração partido, e o fato de ter outro filho constantemente na cadeia provarmos crimes não o ajudou em nada. Ele mesmo nem sempre escapava do castigo pelas suas trapaças. Passou algum tempo em prisão por dívida ou heresia, ou mais provavelmente por haver praticado ambas as faltas.
       Circula insistentemente a história de que, já idoso, Cardano teria previsto (astrologicamente) o dia de sua própria morte. Quando o dia chegou e encontrou-o em perfeita saúde, matou-se.

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